
Bom Ano Novo
O que me tem apetecido cantar estas palavras a algumas pessoas nos últimos dias! Como um som libertador, porque a minha vida é feita sempre de música, muita música.
Com as novas medidas anunciadas pelo nosso Primeiro, sobre o apoio aos casais que têm de recorrer às técnicas de PMA.
O diferença entre tratamentos de 1ª linha e de 2ª, quais os que estão englobados no 1º e no 2º conceito?
Se o apoio também abrange quem recorre ao privado, caso contrário, não vislumbro grande efeito prático na medida?!
A comparticipação nos medicamentos também estará abrangida nestas medidas surpresa?
Sinceramente... não tenho grandes expectativas, acho mesmo que, quando se concretizarem todas estas iniciativas, e descobrir-mos o seu alcance prático, vamos perceber que tudo não passou de mais uma das já habituais, e carismáticas medidas do Sr. Engenheiro, que são sempre anunciadas em grande euforia e servidas em papel de embrulho do mais fino que há, mas que lá dentro nada de proveitoso nos é o oferecido.
Os hospitais públicos continuarão a ser o mesmo marasmo, com listas de espera de desesperar mesmo os mais calmos, pois não acredito que as medidas sejam extensíveis ao privado, não acredito mesmo.
Mas .... surpreenda-me Senhor Engenheiro. Surpreenda-me!
Parto amanhã para Norte.
Entrar de novo na tua casa, procurar se o teu cheiro ainda paira no ar, nas tuas coisas, nas minhas cartas que guardas-te, no meu cabelo de criança religiosamente guardado num papel fino.
Levarei flores, para colocar junto a ti, para saberes que, em cada dia que passa, a tua ausência é tão sentida por mim.
Parto amanhã para as minhas origens.
Para perto de quem tanto me dedicou o seu amor.
Vou matar saudades, mesmo que através de objectos teus, olhar de novo para os teus potes de ferro perfeitamente areados, abrir os teus livros já tão frágeis pelo tempo.
Vou ter contigo, para recuperar a minha fé, meio perdida, desde que te foste embora.
Como tantos já falam nele, alías ele mesmo fez questão de se mostrar hoje em grande ....
E como eu não sou mesmo nada amiga dele ... até porque me despe as minha flores ....
Sem dúvida que a única coisa com que ele me faz sorrir é sabendo que chegou o tempo delas!
Dica: A batata doce quando mais "feínha" melhor e mais doce é! Aquelas muito bonitas e apresentáveis acabam por ser uma grande decepção.
Eu, que durmo noites seguidas, sem nunca ouvir nada, mesmo quando falas comigo, e consegues ter um dialogo do qual no dia seguinte eu nego terminantemente a sua existência.
Eu, que passado 5 minutos de me deitar, a ver um qualquer programa da tv, começo logo a dar á pestana.
Eu, que nunca me levanto á hora do despertador;
Desde que te foste embora ....
Acordo vezes sem fim, ao ponto de entrar em desespero com a espertina;
A noite parece exceder as horas normais, e nunca mais tem fim;
O João Pestana não aparece, mesmo depois de maratonas a fazer zapping;
Acordo ás 5 da manhã de um Sabádo.
Porra, e ainda falta uma noite!
Vé lá se voltas, que estas noites estão a dar cabo de mim!
E deixo-me embalar por este som, enquanto a neura vai passando, e a calma se aloja de novo em mim.
Porque há dias em que a neura é tão grande que nem tenho paciência para mim mesma.
A inêrcia é total, e a irritação ainda maior, provocada por não ter pachorra para fazer nada, com tanta coisa que tenho para fazer.
Sem vontade de aturar os outros, quando menos vontade tenho de me aturar a mim mesma com este humor de cão.
Mais estúpido ainda, não saber a que se deve a referida neura.
Mas tenho dias assim, em que não estou bem em lugar nenhum.
Coisas minhas, tenho dias assim, mas depois passa, tal qual como aparece, sem razão aparente.
Tenho saudades tuas,
Sinto tanta falta da tua sabedoria, que tão bem me acalmava a dor,
Ás vezes preciso tanto das tuas respostas, do teu abraço;
Será que a minha fé partiu com o teu adeus?
E pior é saber que este vazio jamais vai ser preenchido, aquecido,
E que nunca mais te volto a abraçar, a sufocar de beijos.
Tenho tanta saudades tuas ... tantas.
.
Uma data importante prestes a chegar.
Esta é para ti L.L., pelo caminho que temos percorrido, trilhado, os dois, sempre aliados, companheiros, e por isso continua ... encosta-te a mim, e eu enrosco-me em ti.
Foram só dois pequenos grandes dias, em que a minha cama se tornou enorme ... sem ti.
Sem o teu abraço, durante a noite, e eu senti frio, o frio da ausência.
A tv ligada, durante as longas noites, para sentir uma qualquer presença, para não me sentir sozinha.
Mas hoje vou voltar a sentir o teu calor, o teu abraço, e a minha, nossa cama, volta ao seu tamanho normal, perfeito, para nós os dois.
As boas notícias ainda não chegaram, mas vão chegar!Também não são minhas, mas sim de uma pessoa especial!
E para ela, para essa pessoa especial, hoje aqui fica este som, que me deixa leve, muito leve!
Amanhã eu quero receber uma boa notícia.
Se eu pudesse agarrava as escadas cá em baixo, para puderes colocar a lua e as estrelas no teu céu.
Amanhã eu quero acreditar que vou ver o teu sorriso;
E vou ver.
E depois, também eu vou sorrir;
E saborear a tua conquista.
Amanhã eu vou receber uma boa notícia.
Amanhã.
.
Será que o tempo vai diminuindo a dor ... secreta da infertilidade?
Ou será que apenas a esconde ... bem fundo?
Será que o tempo nos ensina a ser mais fortes, e nos envolve numa casca dura que resiste ás quedas?
Ou será que deixa antes entrar o frio, naquele espaço vazio, que não foi preenchido, de forma a congelar aquele pensamento?
Ontém ouvi um comentário interessante do Dr. Dias Ferreira, que por acaso nem é do meu clube, mas que de certa forma foi bastante pertinente:
"Se Portugal tivesse ganho, será que se tinha feito tanto alarido?!"
Eu ainda acrescento, será que se tinha "batido tanto no ceguinho", chegando mesmo ao ponto de, por parte de alguns telespectadores, se tomarem atitudes xenófobas?!
Mais, veio-me á memória uma outra história, com um senhor chamado Zidane, e as respectivas reacções.
P.S: Não quero com isto dizer que aceito o comportamento violento, mas tenho curiosidade em saber como se reagiria se a pontuação final fosse outra!
Depois de 3 dias de festa ....
O resultado só podia ser este!
Uma enorme constipação, que me deixa surda, sem cheiro, com a sensação de ter uma cabeça do tamanho de uma enorme melância.
Ou seja, com vontade de me deixar estar em casa ...
Pois é ... mas o trabalho espera por mim!
E nem sequer me posso queixar,
Quem me mandou andar 3 dias em completa folia!!!
Só tu e eu ... o mar ...azul da cor da serenidade;
As viagens, nossas eternas paixões,
Com calor, sempre muito,
Outras experiências, novos rostos, outros olhares,
Sabores diferentes, mas sempre a mar salgado, da cor turquesa, iguais a outros já vistos, mas sempre diferentes;
Foi bom, muito bom voar ... sem pensar em mais nada ... a não ser em nós .. Só tu e eu!
Esta mentalidade, completamente instalada, de tentar "engrupir" o próximo, tira-me do sério, principalmente quando a aldrabiçe é do mais óbvio possível, ou seja, para além de querer engrupir o outro, pretende-se igualmente, rotular o mesmo com um atestado de burriçe.
Mais irritante ainda, é quando os autores materiais do acto de "engrupir", se vitimizam, e passam a "coitadinhos" quando a sua teoria não cola.
Eu, que até me deixo levar em alguns "engrupimentos", e até já tenho uma boa colecção de calotes, também tenho os meus limites. E o limite é, quando, descaradamente, me querem fazer de parva.
Bom, se a "estória" até for bem contada, a coisa até pega, cola, e deixo-me levar, sabendo que fui "engrupida". Mas, quando é á descarada, assumindo essas pessoas a falta de inteligência do outro lado, assim já não vão lá, muito menos quando se vitimizam, assim que percebem que não cedemos á sua farsa.
Pois bem, nestes casos, prefiro não fazer negócio, perder dinheiro, mas pelo menos o outro lado não se vai vangloriar com a façanha de me ter engrupido. Sim, porque também é tipico nesta espécie, depois do acto de engrupir, o autor do acto se inaltecer com a sua proeza.
Assim, e em jeito de conclusão, as férias por outros destinos mais fascinantes evaporaram, mas, mais preocupante que isso é este tipo de espécie em vez de estar em vias de extinção, pelo contrário, esta em risco de se tornar uma verdadeira epidemia.
Surgiu a possibilidade de poder ir visitar a minha avó, ir matar saudades, que já são tantas.
Um familiar vai ao norte, e assim rumo eu a trás os montes, ter com ela, durante o fim de semana.
Sei que ela tem perguntado por mim, e tem dito ter muitas saudades minhas .... também ela sofre com a minha ausênsia... tal como eu.
Vou estar com ela e enche-la de beijos, tantos quantos o tempo me permitir.
Não tenho possibilidade para vos visitar, mas estou certa que compreendem.
Assim me despeço, agradecendo a todas o carinho, e revelando a novidade de que em Outubro farei a tão esperada Fiv, mês em que completo 4 anos de casamento, 4 anos de infertilidade.
A tua vontade foi cumprida, e assim te levou a minha mãe para a tua casa, para a tua terra, lá atrás de tantos montes.
Eu tive de me despedir de ti, sabendo que seria, provávelmente, a última vez que te sentia o calor, os beijos, o amor ... tanto.
Tu .... também sabias o significado daquela despedida ...
E posso recorda-lo como o pior dia da minha existência ... uma despedida que sabemos ser talvez a última.
Nunca vou esquecer o que me disses-te ... naquela noite.. em que choramos juntas... tanto... o não querer largar a tua mão ...nunca.
Não pensei que conseguisses fazer a viagem, e tive medo, e pedi muito, como nunca o tinha feito, nunca com tanta fé ... talvez com aquela que tu sempre me tentas-te transmitir.
Agora aguardo com receio o som do telefone ... sempre com um medo frio, gelado de ouvir o que nunca desejava ouvir.
Sinto que vais partir ... em breve.
E tu ... também o sentes, e perceber o teu desespero é sufocante.
Deve ser tão angustiante sentir a morte a chegar, cada vez mais perto, a cada minuto que passa.
O teu medo é pela saudade de nos deixar ... e cada vez que me dizes que tens muita pena de me abandonar, sinto-a a arrancar-te de mim.
Já tenho tantas saudades tuas, e invado o teu rosto de beijos constantes, para que me sintas, e nunca te esqueças que foste a mais perfeita flor do meu jardim encantado.
Se um filho meu desaparecer em Londres:
- Ouvirei a polícia inglesa a ler os comunicados de impressa em Português?
- As televisões inglesas cobrirão amplamente, até á exastão, a notícia?
- Haverá recompensas milionárias por informações? (Recompensas essas que só atrapalham as investigações)
- Conseguirei reunir ofertas monetárias para poder andar pelo mundo a divulgar a notícia do desaparecimento?
- O Cristiano Ronaldo e seus amigos também vão á tv apelar por informações do meu filho?
- O Papa também me receberá?
Tal como todos, também eu anseio pelo aparecimento desta menina, e sou solidária com o sofrimento dos pais, mas face a tudo o que tem acontecido, esta questão deixa-me a pensar muito.... porque entendo que todas as crianças desaparecidas mereciam a mesma atenção.
Para mim esta viagem pela infertilidade faz-se de etapas. O inicio em que ainda não descobrimos o problema, e onde, todos os meses pensamos que é o Mês.
Depois, vem o Descobrir, em que tudo gira em volta deste problema, e só ele nos consome todas as energias. Vivemos cegas, alheadas de tudo, e tudo se resume á busca de um filho.
Considero que esta é a etapa mais critica, e, que alguns casais, não conseguem sair dela. Vivem eternamente neste desespero, no deixar para trás tudo o resto, só este assunto nos atormenta o espirito. Diariamente pensamos no filho que não chega, e diariamente as lágrimas correm.
Depois de algum tempo, muito tempo, começamos a aprender a viver com esta realidade, e a assumir que existe muito mais que esta busca incessante. Adquirimos qualidade de vida, de sentimentos, porque a calma começa a instalar-se. É a aprendizagem do casal infértil, e que eu considero essencial.
Mesmo continuando a procurar pelo filho que nunca mais chega, a espera já se faz de uma outra forma, porque temos consciência que ele pode nunca chegar, mas que existem outras formas de Amar.
Há dias assim, mais cinzentos.
Em que não me apetece fazer nada.
E há tanto para fazer!
A preguiça invade. E até falar me chateia. E o telefone toca. E os prazos correm.
Estou naqueles dias em que me sinto virada do avesso, e em que me culpo por esta enervante preguiça.
Não faço nada e irrito-me por nada fazer.
Talvez seja do tempo.
Mas a verdade é que de tempos a tempos tenho dias assim. É a sina de quem as vezes tem crises de preguiça.
Ou será sinal de que preciso de férias?!